Até algum dia…

Queridos e fiéis amigos dos animais,

hoje, depois de vencidos e despedaçados pelas agruras da vida, vimos comunicar-lhes que, pelo menos, temporariamente (assim esperamos, do fundo de nossos corações) estamos nos afastando do trabalho junto à nossa ONG,  Amigo do Bicho.

Cumpre-nos dizer-lhes que não abandonamos a luta, mas os inúmeros problemas de nossas vidas não pararam de acontecer ou de chegar porque nos dedicamos ao que tanto amamos. Pelo contrário, eles se multiplicaram.
De repente,  fomos assolados por uma grande onda de percalços e não conseguimos emergir. Nossas forças sucumbiram diante da tempestade contínua, interminável…

O É o Bicho p.e.t.s.t.o.r.e., nossa grande esperança de autossustentabilidade para os projetos da ONG, depois de um ano não produz ou produziu o suficiente para sua manutenção, aliado a isso, nossa principal esteticista, por causa de problemas familiares, afastar-se-á de suas atividades laborais obrigando-nos a uma atitude extremada: fechar as portas, apagar um sonho.  

As parcerias e alguns parceiros que se aproximaram ao longo do tempo mostraram-se muito mais dispostos a pedir ajuda em vez de ajudar.

Para cada 40 pedidos de ajuda, de resgate, de doação, recebemos 1 (ou nenhum) comunicado de desejo de ajudar voluntariamente os animais.  Proporção desumanamente desigual dentro de uma realidade de quase 400.000 pessoas.

Arcamos com todo tipo de despesa possível, além do incontável e irrecuperável desgaste emocional.

Sabemos que, como nós, diversos outros protetores, em todo lugar, sofrem resignadamente e ainda assim corroídos, massacrados ou completamente desnorteados reúnem forças para continuar na batalha. Verdadeiros guerreiros! Não somos melhores ou piores que nenhum deles, mas sentimos nesse momento que precisamos cuidar um pouco de nós mesmos, aliás, o Universo conspira, agora, para que tomemos essa decisão difícil e dolorosa.

Percorremos juntos um caminho que, hoje, obrigou-nos a nos separar. A nossa história, e não só a do Amigo do Bicho, é interrompida.

Não sabemos do futuro. Sofremos o presente. E no passado, temos certeza que deixamos uma pequena semente.

A todos, nosso muito obrigado.